O vírus da imunodeficiência humana é um retrovírus responsável por causar a Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS). Com o avanço da ciência, hoje em dia o HIV é considerado uma doença crônica tratável.
Tratamento antirretroviral para o HIV
O tratamento antirretroviral (TARV) é o responsável por reduzir a carga viral na corrente sanguínea e pode chegar a níveis tão baixos que o paciente passa a ser classificado como “indetectável”.
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Muitas das vezes podemos encontrar a sigla “I-I” que nada mais é do que “indetectável = intransmissível”, isso porque quando os níveis de carga viral ficam tão baixos, a pessoa que vive com HIV não transmite o vírus mesmo em uma relação sexual desprotegida.

— Foto de OlesyaKuzina | depositphotos
Além disso, o tratamento atual permite uma melhor qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV (PVHIV), diminuindo a incidência de doenças oportunistas, aumentando a expectativa de vida e prevenindo o desenvolvimento da AIDS.
Teste Rápido
O teste rápido é um exame disponível no SUS para identificar algumas doenças, como, por exemplo: HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C. O exame permite um resultado em até 20 minutos e tem uma extrema importância, principalmente porque permite intervenções rápidas.
O profissional Fisioterapeuta pode solicitar exames?
Segundo o COFFITO (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), o profissional de saúde é livre para solicitar exames complementares, inclusive o TRF-5 reconheceu em 2018 que a solicitação de exames complementares pode ser realizada por fisioterapeutas.
O COFFITO, por meio da RESOLUÇÃO nº 80, publicada em 9 de maio de 1987, no exercício de suas prerrogativas legais, reconhece a competência do fisioterapeuta para solicitação de laudos técnicos e exames complementares (…) (Resolução-COFFITO nº 80/87, art. 2º).
Dessa forma, o profissional de Fisioterapia pode solicitar o teste rápido. Em caso de testes rápidos positivos, cabe-nos orientar e encaminhar adequadamente..
Teste Positivo | Teste Negativo |
Encaminhar para um centro de testagem e aconselhamento (CTA). | Orientar sobre a importância de realizar os testes a cada 6 meses; |
Encaminhar o paciente para um médico infectologista. | Orientar sobre as formas de prevenção de IST; |
Orientar sobre o tratamento atual. | Orientar sobre o tratamento atual. |
Falar sobre o tratamento atual, ou seja, sobre a evolução da ciência e dos medicamentos, contribui para quebrar o tabu relacionado às infecções sexualmente transmissíveis, principalmente quando se trata do HIV.
HIV e AIDS não são a mesma coisa
Profissionais de saúde precisam entender a diferença entre o HIV e a AIDS.
HIV | AIDS |
Pessoa que convive com vírus da imunodeficiência humana (HIV). | A síndrome da imunodeficiência humana (AIDS) compreende o estágio de imunossupressão do sistema imunológico, onde podemos observar a presença de múltiplas doenças oportunistas, ou infecções de repetição. |
Nem toda pessoa que vive com HIV tem AIDS. Como vimos anteriormente, o tratamento contribui para o não desenvolvimento da síndrome, então não podemos dizer que HIV e AIDS são a mesma e nem que todos os pacientes que vivem com o vírus estejam no estágio da AIDS.
Cuidado com os termos
Ao atender pacientes vivendo com HIV, precisamos nos atendar com algumas falas e expressões, como, por exemplo:
- Aidético — é um termo que caiu em desuso, principalmente na área da saúde. O termo refere a pessoa como a própria doença e muitas vezes é usado como forma de insulto. Profissionais de saúde NÃO DEVEM usar esse termo.
- Evite palavras como “infectado”, “portador” ou “vítima da AIDS”.
- De prerência por usar frases como: “pessoa vivendo com HIV” ou “soropositivo”.
Se atentar, a comunicação respeitosa contribui para o acolhimento do paciente e contribui para a adesão do mesmo ao tratamento. A adesão é de extrema importância, isso porque o paciente necessitará fazer o uso do antirretroviral por toda a vida.
Prevenção
Hoje em dia existem diferentes formas de prevenir o HIV, vamos conhecer algumas dessas opções a seguir:
Método | |
Preservativo | O preservativo, popularmente conhecido como camisinha, é a forma mais conhecida de prevenir infecções sexualmente transmissíveis. Existem preservativos masculinos e femininos. |
PrEP | A profilaxia pré-exposição é um medicamento indicado para prevenir a infecção pelo vírus HIV. É indicado à pessoa com risco aumentado para a infecção ou em casos de casais sorodiferentes. |
PEP | A profilaxia pós-exposição é um medicamento usado para prevenir a infecção em casos de pessoas que possam ter sido expostas ao vírus (acidentes de trabalho com contato de materiais perfurocortantes, em caso de violência sexual ou em caso de sexo consensual sem proteção). |
Fisioterapia e HIV
Mesmo com a evolução do tratamento, algumas complicações podem ser relacionadas ao uso dos medicamentos antirretrovirais. O paciente vivendo com HIV em uso da TARV pode apresentar algumas complicações devido ao uso a longo prazo.
Confira alguns trechos presentes na bula do medicamento “Dolutegravir sódico + Lamivudina” usado no tratamento para o HIV:
- fraqueza muscular;
- dor muscular;
- dor articular;
- inchaço nas articulações;
- palitações;
- tremores;
- hiperatividade.
Algumas dessas condições podem ser tratadas com Fisioterapia. Sendo assim, o conhecimento sobre a doença se faz necessário entre os profissionais fisioterapeutas.
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